Tudo se transforma em ecrã

O objetivo principal de Elvira Fortunato é transformar papel ou vidro num ecrã. E é no CENIMAT, o Centro de Investigação de Materiais da Universidade Nova de Lisboa (da qual a cientista é vice-reitora), que está em marcha este projeto. O grupo de investigadores liderado por Elvira  produz componentes eletrónicos mil vezes mais pequenos do que um fio de cabelo que vão possibilitar a transformação de qualquer material - vidro, papel ou até plástico - num ecrã. Mas para ter eletrónica flexível em qualquer superfície é preciso desenvolver materiais de baixo custo, recicláveis e amigos do ambiente.
 
Dado este passo de gigante, os ecrãs podem assumir todas as formas e feitios. Desde uma pulseira usada por bombeiros para detetar a presença de gases inflamáveis, passando por  embalagens inteligentes com sensores que dizem se os alimentos estão fora de prazo, ou mesmo testes de diagnóstico rápido 100 vezes mais baratos do que os atuais. Uma inovação que "nunca ninguém tinha feito", garante a investigadora, reconhecida pelo Conselho Europeu de Investigação. Em 2008, o organismo, debaixo da alçada do comissário Carlos Moedas, atribuiu um financiamento de 2,25 milhões de euros a Elvira Fortunato.
 
Os avanços na investigação já colocaram  a cientista portuguesa no top dos cinco investigadores mais importantes do mundo em eletrónica transparente. Agora, Elvira Fortunato recebeu um segundo financiamento europeu no valor de 3,5 milhões de euros para um projeto que promete revolucionar ainda mais a área da eletrónica. Foi o maior apoio financeiro de sempre atribuído pelo Conselho Europeu de Investigação’ a Portugal.