“A extração do sangue para análise é uma coisa que arrepia, é invasívo, tem uma agulha envolvida e cria medos. A saliva não. Não custa, não provoca medos e os resultados acabam por ser tão bons como os do teste ao sangue”, explica Rodrigo Martins, Presidente do Departamento de Ciência dos Materiais da FCT NOVA onde o projeto anda a ser desenvolvido.
Joana Figueira tornou-se vegan há poucos meses e sabe à partida que a dieta é fraca em vitamina b12 e que convém andar atenta, a colega Cristina Gaspar também sofre com deficiência nessa vitamina, mas tem demasiado medo de agulhas e assume que desmaia. O terceiro elemento, Beatriz Coelho, está a completar um doutoramento na área de microfluídica digital. A junção de ideias e necessidades resultou neste papel que consegue detetar as vitaminas e nutrientes.
O processo é simples, recolha de saliva, colocação das gotas no papel que com tensão elétrica separa e analisa a gota para depois enviar os resultados para o reader. Mecanismo que decifra as conclusões do papel. “No processo o mecanismo e o reader podem ser iguais para qualquer tipo de análise, mas o papel precisa de estar preparado para o que se procura”, explica Joana Figueira.
“O objectivo final é que o reader acabe por ser uma peça no telemóvel” assegura Rodrigo Martins.
Com a acessibilidade individual, o reader no telemóvel vai poder sugerir receitas e agendamento de análises de controlo em função da história de cada utente.